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Um “ministério do futuro”. Em nome das crianças – Eduardo Sá

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Todas as crianças nascem livres e iguais. Em dignidade e direitos. Mas o lugar onde nascem, as pessoas com quem crescem e as escolas que frequentam levam a que -mt depressa- aquilo que as separa se aprofunde. Mts pais por reconhecerem a forma como, desde cedo, nas suas vidas, as dificuldades de acesso a uma educação equilibrada comprometeu mts das oportunidades que desejaram para si, atribuem à escola a função de correcção de desigualdades sociais, aceitando hipotecar mts ocasiões dos seus filhos serem só crianças, colocando sobre ela as expectativas de que eles possam vir a ter um futuro melhor. Até porque, para conseguirem dar-lhes as condições para que tenham na escola “a oportunidade de uma vida”, se dividem por vários trabalhos, em esforço e sob condições tão exigentes que, por + que não queiram, os “comprometem”.

Sempre que as diferenças se perpetuam em desigualdades transformam-se em preconceitos. E estes em muros. Não é, portanto, só, o género, a cor, a religião ou o lugar de onde se vem que separa. O futuro que temos para elas parece, vezes demais, não vir a depender só delas. Como se a democracia de oportunidades fosse um caso de “publicidade enganosa”. Enviesada por injustiças e preconceitos.

O mundo é, hoje, + justo. Mas longe de ser tão democrático como a ideia de uma educação obrigatória, gratuita e para todos nos levaria a supor. É claro que me alarmo quando vejo uma onda em que “corrigir a história” passa por derrubar estátuas.”Corrigir” olhando, só, para trás, será, no mínimo, estéril. Sobretudo se não nos dermos a oportunidade de escolher o futuro das nossas crianças. E que -num mundo em crise ambiental, social, sanitária e económica- tem de merecer actos políticos que se traduzam em “pactos de regime” sobre o que se quer para as crianças, família e escola.

Um “ministério do futuro”. Em nome das crianças. Para que todas nasçam livres e iguais, em dignidade e direitos, e para que tenham argumentos e instrumentos para que assim permaneçam. Para sempre!

Fonte: Instagram Eduardo Sá