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Temos de nos comportar como se todos tivéssemos Covid-19

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Em maio, muito provavelmente, as creches e outros serviços irão retomar as suas atividades. O que me preocupa, não só a mim, é o facto de considerar que ainda temos uma grande parte da população não consciencializada para o problema.

Ouvimos frases como ” se eu não estou infetado e tu também não, podemos estar juntos” , como que ignorando os milhares de casos assintomáticos, ou, “só uso máscaras se for para locais onde estiverem muitas pessoas”, talvez pensando que a máscara o protege.

Acho que a partir de hoje, já que em maio começamos a sair do confinamento, deve haver uma campanha de sensibilização e consciencialização sobre o uso de máscaras.

 


Primeiro as más notícias: quando o outono chegar, o mais provável é ainda não haver uma vacina para a Covid-19 ou um fármaco totalmente eficaz. Por se tratar de um vírus que ataca o sistema respiratório, é provável que, tal como no caso da gripe, se verifiquem infeções sazonais. Algumas das pessoas infetadas terão de ser hospitalizadas e poderão precisar de cuidados intensivos. A maioria, no entanto, recuperará no domicílio. Uma pequena percentagem não sobreviverá à gravidade dos sintomas do novo coronavírus.

Agora, as boas notícias: nessa fase, “o vírus já terá entrado na nossa vida e vamos deixar de pensar nele, vai adaptar-se a nós e nós a ele”assegura Miguel Castanho, investigador principal do Instituto de Medicina Molecular João Lobo Antunes e professor da Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa. É  o que aprendemos com a história da gripe pneumónica, também conhecida como “gripe espanhola”, que há um século matou 100 milhões de pessoas. Em Portugal, estimam-se 136 mil mortes num país com seis milhões de habitantes. “A gripe não foi derrotada. Tomaram-se medidas para ir vivendo com a pandemia. E o vírus foi perdendo força”.

Se nesta altura é ainda absurdo desvalorizar o impacto da Covid-19, com a renovação do estado de emergência, em Portugal, até 2 de maio — e mais de três mil milhões de pessoas de todo o mundo em confinamento — após uma segunda ou terceira onda de infeções pelo SARS-CoV-2, segundo os investigadores, o vírus deixará de ser uma fatalidade. Isto, claro, se forem tomadas as medidas certas, como a reposição gradual da normalidade, a prática de distanciamento social ou o uso obrigatório da máscara. Mas, deixada sem controlo, uma segunda vaga será tão ou mais perigosa quanto a primeira. O que voltaria a colocar pressão nos hospitais e profissionais de saúde.

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Fonte: Observador