A Estratégia é conhecida, aos primeiros chamam-lhes nomes feios, por estarem a antecipar o sofrimento, mas rapidamente recolhem ideias, daqui e dali e no fim misturam num documento Ministerial como sendo inovador! Há muitos anos que a estratégia é esta.
Tive oportunidade de a 8 de maio, no Jornal Público. alertar para a necessidade de se preparar o regresso em setembro, coloquei algumas questões que me pareceram pertinentes e apresentei algumas soluções que podem bem servir de base para a elaboração de um manual de procedimentos.
Foram precisos 15 dias, a após alguns outros colegas também apresentarem algumas possíveis ideias, para a tutela na pessoa do Ministro vir dizer aquilo que que já tinha dito e outros também
Com isto percebemos que o Ministério vive em completa deriva, quem lá está embarcado tem prioridades que ninguém percebe, mas sabemos que não são as prioridades da educação.
Relativamente a setembro deixo aqui as questões e soluções, usem-nas como vejo que o irão fazer.
Perante a continuidade da pandemia em Setembro impõe-se as seguintes questões:
- Qual o número de alunos por turma?
- Quantos professores a mais serão necessários?
- Quais as perspectivas relativas à migração de alunos do ensino privado para o ensino público?Perspectiva-se que devido à situação económica do país no pós-covid-19, haja uma migração de alunos do ensino privado para o ensino estatal, pelo que um aumento de turmas em algumas escolas poderá ser uma realidade.
- Pretende o Estado apoiar as famílias para evitar possível migração?
- Como se prevê fazer a monitorização da temperatura a alunos e professores?
- Quem fornece as máscaras? Serão de uso obrigatório em contexto escolar?
- Qual o número de turmas em simultâneo que cada equipamento escolar alberga para que se cumpra com as regras básicas de distanciamento social?
- De que forma poderá a escola recuperar a confiança dos pais?
- Qual a responsabilidade de cada organismo, Ministério da Educação (ME) e câmaras no processo de implementação de medidas?
- Como pretendem monitorizar a reabertura de Maio e Junho para melhor planear Setembro?
Neste sentido intuito de promover o debate deixo algumas ideias que poderão vir a ser princípio de soluções e de responder às questões levantadas, nomeadamente:
- Reduzir as turmas a pelo menos metade do estipulado no pré-covid-19;
- Aumentar proporcionalmente o número de professores;
- Desencadear medidas excepcionais de apoio às famílias com filhos no ensino privado/cooperativo;
- Criar turnos duplos (manhã / tarde) em todas as escolas;
- Complementar o presencial com o ensino à distância com turnos semanais;
- Garantir a distribuição de máscaras à comunidade;
- Garantir a existência e reposição de produtos de higiene (sabão líquido, papel higiénico, papel de secagem de mãos);
- Criar sistema de monitorização periódica da temperatura corporal;
- Definir bem o papel de cada entidade no que toca à responsabilidade no cumprimento do estabelecido (ME, câmaras municipais);
- Recolher e analisar todos os dados relativos à reabertura de alguns graus de ensino em Maio
Alberto Veronesi