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Professores, diretores e pais dão nota positiva ao ano letivo que termina

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Desafiados pela TSF a atribuírem uma nota qualitativa ao ano letivo que agora termina, os dirigentes da Associação Nacional de Dirigentes Escolares (ANDE), Confederação Nacional Independente de Pais e Encarregados de Educação (CNIPE) e Associação Nacional de Professores (ANP) classificam 2019/2020 como um ano “atípico” que merece avaliação positiva.

“Não é um ano mau, tem de se avaliar positivamente”, diz o presidente da ANDE. Manuel Pereira considera que a solução encontrada para responder à pandemia “de alguma forma deu resposta às necessidades”, embora alguns dos resultados que se pretendia obter com o ensino à distância “não foram conseguidos”. O dirigente escolar dá o exemplo de problemas com alunos que não tiveram computadores, internet ou apoio dos pais em casa.

A questão tecnológica é também colocada por Rui Martins, da CNIPE para quem a solução das aulas à distância “veio agravar as desigualdades entre os alunos”. A CNIPE considera-se “solidária” e reconhece que não encontraria uma melhor solução para enfrentar o encerramento das escolas durante a pandemia. Por isso, o ano que agora termina “Satisfaz”.

Para a presidente da ANP, o ano é “Bom”. Paula Carqueja sublinha que este ano letivo não deveria ser avaliado, de tão invulgar que foi. Mas tendo em conta a forma como professores, alunos, pais e Ministério da Educação responderam ao desafio, a nota é positiva porque todos aprenderam uma lição. “Aprendemos todos a conhecer o valor da escola, das aprendizagens e de estarmos isolados a trabalhar e a cumprir horários com muito custo e muito esforço”.

Quanto ao próximo ano letivo, a presidente da Associação Nacional de Professores insiste no pedido para que o Ministério da Educação reduza o número de alunos por turma. “Precisamos de ter menos alunos para que nenhum deles fique para trás e possa ser acompanhado pelo professor”, refere a dirigente. Ao mesmo tempo, é preciso “ter mais aulas de apoio” e “organizar muito bem a escola” para que os alunos, que estiveram sobrecarregados nos últimos meses, “possam voltar a ser felizes” com os colegas.

Na preparação do ano letivo 2020/2021, o presidente da Associação Nacional de Dirigentes Escolares sugere um plano B do Governo, antecipando como “muito provável” que a situação sanitária em setembro seja “muito semelhante à que temos agora”. Daí a importância de garantir que será possível uma “solução dual entre aulas presenciais e aulas à distância” com os alunos a irem à escola nuns dias e noutros terem “acompanhamento em casa por parte dos professores”. Manuel Pereira pede ainda ao Ministério da Educação que “confie nas escolas” e lhes dê mais autonomia para prepararem o ano letivo.

Também o presidente da Confederação Nacional Independente de Pais e Encarregados de Educação, Rui Martins acredita que o ensino à distância pode ser mantido, “desde que todos os alunos tenham acesso” à internet e se houver “um computador por cada aluno”.

Para o período de férias que se avizinha, Manuel Pereira fala na necessidade de as escolas garantirem a segurança sanitária para o regresso e Rui Martins recomenda aos pais e alunos que mantenham “algumas regras de organização e estudo para complementar o que ficou em falta” deste ano letivo. “Não podemos parar”, considera o dirigente. A importância de manter uma ligação a atividades culturais é também sublinhada por Paula Carqueja: “Leitura, leitura, leitura, leitura, leitura”, recomenda a professora. “Qualquer livro” serve. O importante é que, quando chegar o novo ano letivo, as crianças tenham “maior capacidade de interpretação e mais conhecimento”.

Fonte: TSF