- Não aprecio particularmente as correntes de agradecimentos destinadas a quem se limita a fazer o seu trabalho.
- Neste período tão difícil das nossas vidas, contamos com os professores para ensinar, da mesma forma que confiamos nos médicos para salvar vidas ou depositamos nos políticos as nossas expectativas por medidas de resposta aos desafios económicos e sociais que se levantam. Afinal, nas nossas actividades profissionais, todos temos procurado fazer o melhor possível para corresponder perante as adversidades.
- Mas se os agradecimentos são dispensáveis, o justo reconhecimento torna-se indispensável. É esse reconhecimento que está por detrás do ‘obrigado’. E é esse reconhecimento que, por exemplo, mobilizou milhares à janela baterem palmas para assinalar o esforço suplementar que os profissionais de saúde têm investido, com prejuízo para o seu bem-estar pessoal e familiar. Engana-se quem desvalorizar o acto como um exercício lamecha. Estes gestos podem animar as redes sociais, mas são também simbólicos: traduzem a valorização social desses profissionais.
- No fundo, são uma forma de dizermos, enquanto comunidade, que reconhecemos a importância do seu trabalho.
Fonte: Observador
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