Início Educação Não “vai correr tudo bem”. Não há como! – Eduardo Sá

Não “vai correr tudo bem”. Não há como! – Eduardo Sá

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+ que o início das aulas, o regresso da escola representa um 2º (e + desafiante) desconfinamento.
Porque, “de repente”, haverá 2 milhões de crianças a interagir na escola. Porque o ensino presencial -e dado que não se “esticaram” os m2/turma- passará a decorrer com recurso a “pelo menos 1m de distância” entre alunos, em sala de aula, o que fará com que as crianças, mesmo com máscara e cuidados, estejam demasiado próximas. Porque o regresso se faz com escolas cheias. Em que a tensão de todas as manhãs irá escalar. O trânsito, o tempo para os procedimentos recomendados (e o clima) irão chocar com as recomendações preventivas das escolas, o que vai criar “turbulência”. Porque a contratação de + assistentes que garantam as medidas de prevenção configuradas “no papel” tarda, e as escolas se vêm, uma vez +, com a necessidade de medidas suplementares sem que se desbloqueiem os recursos que o bom senso recomenda. Porque a forma como as escolas estão a preparar-se para “poupar” nos tempos de recreio, em nome da protecção das crianças, nos leva à fórmula: “recomenda-se que, para sua segurança, as crianças não sejam crianças”. Com consequências graves nas aulas e aproveitamento. Já não sendo possível o recurso ao ar livre que tem sido uma sala de aula para muitas crianças + pequenas.
Logo, não “vai correr tudo bem”. Não há como! E não se pressuponha que tudo será catástrofe. Todos temos esperança que não o seja! E vamos todos fazer por isso! Mas irá haver, muitos surtos localizados, em contexto escolar. E essas escolas terão de suspender a sua actividade presencial. Mas não está claro o “plano B ou C” das escolas, diante disto. Não está, também, claro se os pais, mal isso suceda, terão meios e medidas para acompanharem os filhos, porque se depreende que, regra geral, em função da idade e do risco, os avós não o consigam fazer. E, o + importante, o que se espera dos professores? Porque se o espírito de missão não se questiona, a sua idade e factores de risco que possam ter não são aspectos despiciendos para nós, pais.
Vai ser duro! Para todos. Diante de tudo, teremos toda informação, cuidados e respeito que mereceríamos? Acho que não. Mas ainda estamos a tempo…

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