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Fundos de combate ao insucesso escolar para comprar computadores à escala nacional?

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A ideia é do presidente da autarquia e também da Área Metropolitana do Porto, Eduardo Vítor Rodrigues.

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É em tempos como os que vivemos que percebemos como a estatística pode com a informação certa dar-nos uma perceção distorcida de alguns problemas. Têm sido semanas a tentar perceber o que as curvas nos dizem no que respeita à progressão e contenção da covid-19 e a necessidade de perceber o que nos dizem os números não se esgota aí. A educação é outra das áreas onde precisamos de interpretar o que os números nos dizem.

Senão vejamos: de acordo com o Instituto Nacional de Estatística (INE), no ano passado, 80,9% dos agregados familiares tinham acesso a internet em casa, sendo que nas famílias com filhos até aos 15 anos a percentagem subia para 94,5%.

Ou seja, e 5% dos estudantes com menos de 15 anos viviam em casas sem Internet. 5% em 100% não é uma percentagem que assuste. 5% numa realidade como a atual significa que, no mínimo, há 50 mil estudantes – só no ensino básico – sem acesso à internet [mais sobre este tema em “Ter um computador é um luxo”. Este é um retrato do ensino á distância em Portugal, o milagre possível”)

Com o fecho das escolas, agrupamentos escolares, autarquias, associações de pais, de professores e o Ministério da Educação perceberam que era necessário ter informação sobre as carências de equipamento informático e de acesso – uma ideia que ficou reforçada com a decisão de manter o terceiro período do ano letivo em ensino às distância para a maior parte dos alunos.

Entre as várias respostas, nomeadamente na sociedade civil com projetos como Student Keep, as autarquias estiveram na linha da frente face ás responsabilidades que têm ao nível do ensino público. Vila Nova de Gaia é uma das autarquias onde o problema da falta de computadores e de acesso tem maior expressão pela própria dimensão do concelho. “Temos, no total de alunos abrangidos pelo ensino público, 31 mil estudantes. No 1º. ciclo temos 11.000 e no pré-escolar, 4.000. Isso significa que estamos a falar de mais alunos do que muitos concelhos têm de habitantes”, explica, nesta entrevista, o presidente da câmara, Eduardo Vítor Rodrigues. Que confessa que começaram cedo à procura de soluções, mesmo com a pressão que se fazia sentir nas primeiras semanas de abril no tema sanitário. “Para ser honesto, passámos todo o período das tradicionais férias da Páscoa já absolutamente convencidos de que não iria haver quadro para aulas presenciais no 3º trimestre”.

Chegaram assim a uma primeira resposta que consistiu na entrega de 400 computadores e 1000 tablets a alunos mais carenciados. Um número manifestação insuficiente, já que a estimativas no concelho são de cerca de 9000 estudantes sem recursos para estudar m casa. E que é ainda maior se projetado à escala de uma área metropolitana com 600 mil alunos.

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Fonte: Sapo24