Início Educação Fenprof acusa Governo de “inépcia” na preparação do regresso às aulas

Fenprof acusa Governo de “inépcia” na preparação do regresso às aulas

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No dia em que mais de 100 mil professores regressam aos estabelecimentos de ensino, para começarem a preparar o arranque do novo ano lectivo, agendando para entre 14 e 17 de Setembro, o líder da Federação Nacional de Professores (Fenprof), Mário Nogueira, declarou peremptoriamente que as escolas não têm reunidas as condições para poderem retomar o ensino presencial em segurança.

Alegando quer o Ministério da Educação (ME) quer a Direcção-Geral da Saúde (DGS) se têm recusado a ouvir as propostas da Fenprof para garantir um regresso às escolas em segurança, Mário Nogueira começou por apontar as divergências nas orientações emitidas por aquelas duas entidades para os 811 estabelecimentos de ensino do país, do pré-escolar ao secundário. “A DGS recomenda a divisão das turmas em pequenos grupos e fala de um distanciamento de dois metros entre alunos, podendo chegar a um metro e meio, nos casos em que isso não for possível, e o ministério diz que a distância deve ser de um metro quando for possível, mas, como o desdobramento das turmas não foi feito, os alunos vão estar a dez centímetros uns dos outros”, exemplificou, para considerar “inadmissível que um ministério assuma uma posição contrária à da autoridade nacional de saúde pública”.

Entre os exemplos que atestam o referido “facilitismo”, a Fenprof inclui ainda a ausência de “um rastreio nacional à covid-19 junto da comunidade educativa”, dizendo não compreender como é que, se os testes continuam a ser “recomendadíssimos”, se arrisca que professores e alunos assintomáticos regressem às escolas podendo originar novos e eventuais surtos dentro dos estabelecimentos de ensino. “As universidades estão a fazer. Mas, nos outros níveis de educação, só foram feitos testes antes de as creches abrirem e foram detectados 59 casos de contágio. Agora imagine-se como teria sido se estas 59 pessoas tivessem ido trabalhar”, lembrou.

Público