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É uma espécie de “zomato das escolas”, dizem os pais desta app

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Amigos dos tempos de faculdade no Instituto Superior Técnico, mantiveram contacto até à data. Os informáticos Nuno Gomes e Hélder Pina, de 32 anos, trabalharam juntos na empresa de software Novabase. Tiago Vidigal, mais velho um ano, e com a mesma formação base, juntou-se à equipa para criarem aquilo que chamam de “espécie de zomato das escolas”. Basicamente, uma plataforma com 10.562 escolas portuguesas integradas (entre creches, jardins de infância, ensino básico e secundário), que funciona, numa primeira etapa, como motor de busca especializado e permite ver as mais bem cotadas. Depois de matricularem as crianças, os pais podem acompanhá-las online, por esta via, nas rotinas e trabalhos escolares.

Growappy está entre os 21 projetos finalistas (seleccionados de um total de 10.600 candidaturas) no concurso de empreendedorismo Acredita Portugal, cuja final está agendada para 12 de setembro. Nasceu com a paternidade de dois dos fundadores, Nuno Gomes e Tiago Vidigal. “Quando fomos pais, fizemos uma pesquisa no Google por escolas e descobrimos que não havia um sítio com informação completa e atualizada”, conta o primeiro à SÁBADO. (Tiago não pôde participar na entrevista porque o filho tinha acabado de fazer 1 ano).

Pais não pagam 
O nome surgiu naturalmente num processo de brainstorming, da tempestade de ideias conjugaram as palavras grow (crescer) com app (aplicação) e happy (felicidade). A mensalidade de um euro por aluno é cobrada às escolas, os pais ficam isentos. “É como se a escola oferecesse um café por mês aos encarregados de educação”, prossegue Nuno Gomes, CEO da aplicação.

Entre 2018 e 2019, desenvolveram a plataforma à imagem da que gostariam de encontrar. Lançaram-na no início de 2019, mas ao longo de 2020 angariaram mais escolas e adicionaram funcionalidades. A segurança e privacidade assumiram destaque. “Já existiam plataformas nacionais e estrangeiras com informação sobre as escolas. No entanto, nenhuma permitia a partilha de fotos de forma personalizada para cada família. Aí somos inovadores”, assevera Nuno Gomes. Depois de entrevistarem pais com filhos em idade de creche, perceberam que os encarregados de educação ficavam preocupados por pouco ou nada saberem dos filhos durante o horário de trabalho (oito a dez horas). “Desenvolvemos um serviço em que as escolas podem partilhar, de forma segura e em tempo real, vídeos, fotografias, rotinas diárias das crianças como a alimentação, as sestas, as aprendizagens”, diz.

Serviço de desfocagem das fotos 
Os pais utilizadores da app têm sempre uma palavra a dizer sobre a partilha de imagens dos filhos menores. Em fevereiro de 2020, a Growappy lançou o serviço de desfocagem. Hélder Pina explica à SÁBADO como funciona: “As crianças são identificadas nas fotos de escola, através do reconhecimento facial. Essas fotos são enviadas apenas para os encarregados de educação e têm uma particularidade: caso haja pais que não permitam que as fotos dos seus filhos sejam partilhadas, essas crianças aparecem desfocadas nas imagens.”

Em época de pandemia, tal funcionalidade ganha crescente importância. Isto porque a Direcção-Geral da Saúde (DGS) desaconselha os pais a entrarem nas escolas. Através da aplicação, podem receber as fotos, perceber se os educadores usam máscaras e cumprem as normas de higienização, e receber documentação pedagógica.

Mais: em vez do envio para casa da caderneta escolar ou dos “caderninhos vai-e-vem”, não recomendados pela DGS pelo risco de contágio, os pais podem consultar pela mesma app os relatórios de rotinas diárias e fichas de avaliação. O trio de fundadores do projeto assegura que a escola poupa tempo, já que os educadores vão registando na plataforma determinadas aprendizagens das crianças em sala. Depois podem gerar um relatório – parte já preenchido com base naquelas informações. “Liberta-se tempo para o que realmente interessa: educar as crianças”, dizem.