Início Editorial Aulas Presenciais | Haja coragem para dizer não!

Aulas Presenciais | Haja coragem para dizer não!

2746
0

Não há volta a dar. Dia 18 parte do ensino secundário e as creches abrem, dias depois o pré-escolar.

A DGS diz que não garante risco zero em lado nenhum, compreensivelmente, mas continuo sem perceber qual a urgência de abrir o 11.º e 12.º ano?

Admira-me que, um dos governos que mais se opôs aos exames na sua essência, venha agora considerá-los inadiáveis e imprescindíveis. Será que não se poderia aproveitar para entregar essa tarefa, de acesso ao ensino superior às universidades?

Creio que estamos perante uma janela de oportunidades diversas no que toca a alguns paradigmas da educação sendo que esse é um deles: mudar as regras de acesso ao ensino superior. Pelo menos devíamos pensar sobre este assunto.

Os diretores já vieram dizer que não abrirão sem condições, o governo já fez saber as orientação, pejadas de “sempre que possível, que é o mesmo que dizer “orientem-se”.

Os pais estão receosos…os alunos divididos…e o governo insiste.

Admira-me também que o governo da inclusão venha dizer que a frequência é facultativa e que não haverá faltas, mas ao mesmo tempo refere que quem não for, deixará de ter aulas pelo ensino à distância, ficando por sua conta e risco em casa.

Ora isto é péssimo indicador de inclusão! É uma péssima ideia abrir o secundário, estamos a falar de 1 mês, ou que fossem dois ou três, que de certeza não serão preponderantes para o percurso académico destes jovens.

Passagem administrativa todos os alunos, os exames adiados para setembro e resolvia-se a questão.

Gostava muito de acreditar que as escolas, as mesmas que passam anos inteiros, sem sabonete líquido ou sem toalhetes de mãos ou mesmo papel higiénico, tenham agora condições para esta situação tão atípica.

Chegam-me relatos que nas escolas de acolhimento, aquelas que não fecharam, as condições roçam o ridículo. As assistentes operacionais sem formação, sem produtos de higiene adequados, à porta um dispensador de gel e em mais lado nenhum, máscaras é ao desenrasque…tudo uma balda devido à falta de recursos.

Esta deveria ser uma janela de oportunidade para mudar alguns paradigmas na educação.

O ano letivo devia terminar já no que toca à avaliação e avanço de conteúdos.

Exames em setembro e não ao ensino presencial este ano…

Não faz sentido e não compensará o risco! Espero estar enganado!

Alberto Veronesi