Início Sociedade Afinal, com que escola podemos contar? – Eduardo Sá

Afinal, com que escola podemos contar? – Eduardo Sá

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As crianças não aprendem sozinhas, a = velocidade e não aprendem da mesma maneira. Mas a escola foi criando esse equívoco. E deixou que se tivesse “escorregado” para “produção em série”. O volume de trabalho, a transformação da escola em espaço de guarda prolongada de crianças e o modo como foi sendo, sucessivamente, diminuído o tempo de recreio, contribuiu para que: a escola se transformasse, por vezes, no “trabalho infantil” do séc21; para a “epidemia atípica” de défices de atenção e transtorno de “hiperactividade”; e, sobretudo, para se tirar tempo de infância.

O modelo de “escola do passado” morreu. Mas inquieta reconhecermos que a escola não soube reinventar-se. E a responsabilidade disso é de todos. No entanto, a pandemia obrigou a escola a reinventar-se. Por + que os nossos filhos tenham estado 6 meses sem ir à escola! E os sucedâneos que encontrámos acentuassem desigualdades, criassem uma nova vaga de necessidades educativas especiais e deixassem as crianças que necessitam de educação especial + sozinhas nas suas dificuldades. E podem ter contribuído para tantas ilusões de falsas aprendizagens que se torna urgente perguntar que escola vamos ter em Setembro.

Estamos no ano 0 da reinvenção da escola. Onde o prof. não pode ser actor secundário da aprendizagem. Onde os pais não podem ser agentes do ensino à distância. E onde a telescola não substitui a escola. Daqui a pouco + de 2 meses estamos de regresso à escola. E é inacreditável que não se inicie um debate público que vá no sentido destes esclarecimentos. Sabendo nós que a escola não será =. As turmas serão partidas? Desdobradas em turnos? As escolas irão funcionar em regime misto? Todos terão computador e internet ao dispor? Os manuais serão, cada vez +, plataformas digitais? É urgente e inadiável que o ministério esclareça o depois de amanhã da escola. Vamos aproveitar para reinventar a escola ou, ficaremos entregues ao improviso, ou à expectativa de que “vai correr tudo bem”? Afinal, com que escola podemos contar?

Fonte: Instagram Eduardo Sá