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“A esmagadora maioria dos professores tem um espírito de missão” – Manuela Ferreira Leite

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Se há tema que reúna o consenso dos especialistas, a que conceituadas revistas, como por exemplo “The Economist”, ainda recentemente deram oportuno relevo, é a consequência negativa que o fecho das aulas, devido à pandemia, teve nos alunos.

Esse efeito é geral para todos, mas amenizado para quem tem internet, computadores e muito especialmente apoio familiar com capacidade, tempo e conhecimentos para os ajudar a ultrapassar o “tudo diferente” que é o ensino à distância.

Quem não tem nada disto, e esses são os mais desfavorecidos, dificilmente recupera o atraso sofrido e a igualdade de oportunidades que só se alcança pela educação.

Julgo mesmo que as grandes vítimas da pandemia são os mais imunes à doença, porque o sistema educativo mal iniciado ou interrompido pode deixar marcas para a vida difíceis de apagar.

Daqui resulta a necessidade do esforço de reabrir as aulas com toda a segurança possível, mas com a consciência de nunca ser isenta de riscos para ninguém enquanto o vírus estiver entre nós.

“Temos de nos habituar a viver com ele”, é o que nos dizem a toda a hora, com excepção do dirigente da Fenprof.

Estou certa de que a esmagadora maioria dos professores tem um espírito de missão que os torna pilares essenciais de qualquer sociedade que se quer mais justa, e por esse motivo é inaceitável que a sua imagem seja desfigurada por um sindicato que se diz seu representante, conduzindo a opinião pública a percepcionar que as exigências para regressar às aulas são inexequíveis e mais parecem um pretexto para que tal regresso não se verifique.

É uma injustiça que os professores não merecem.

Expresso